terça-feira, 8 de junho de 2010

Como tudo começou...

Há 12 dias, tive uma aula de Psicologia Social sobre "Feminismo". A professora deu um show sobre o assunto. Eu estava na primeira carteira, anotando cada uma de suas palavras. Na aula anterior tínhamos assistido a uma "palestra" sobre Identidade de Gênero, e o foco também foi no Feminismo. Nesse dia, um vídeo foi passado, e ao assisti-lo ouvi a seguinte definição: “Ser feminista é se levantar e lutar contra a opressão.” Em uma semana, tinha lido todo o livro “O contrato sexual” da Carole Pateman, e nesse momento já me sentia profundamente engajada no assunto.
Ainda imersa nesses pensamentos fui, há 5 dias, assistir ao filme “Sex and the City 2” no cinema com uma amiga que é viciada na série há anos. Fiquei estarrecida com os conteúdos que considerei feministas no filme. Minha expectativa era muito baixa, e sai tão eufórica com tudo o que tinha sido discutido, que na mesma noite peguei todas as temporadas da série emprestadas, e imediatamente comecei a assisti-las com esse olhar, com os “óculos das relações de gênero”, como tinha aconselhado a professora semanas atrás. (Farei um post apenas sobre esse assunto em breve)
Ao mesmo tempo comecei a frequentar blogs feministas, inicialmente em busca de relações entre o filme e o feminismo. E depois lendo tudo que encontrava sobre o assunto.
Foi quando percebi que deveria começar a escrever sobre todos esses pensamentos que me inquietam e motivam tantas leituras e discussões. A ideia de fazer um blog me pareceu um meio de sistematizar meus pensamentos, expor minhas opiniões, debatê-las, registrá-las...
O “Sobre as Mulheres de Atenas” pretende ser um blog que discute e, com isso, tenta tirar da invisibilidade as relações desiguais de Gênero que permanecem na sociedade ocidental atual. O intuito é debater assuntos que também são discutidos pelo Feminismo, de modo a desvelar o que está a tanto tempo velado.
Com toda essa reflexão, percebi que minha inquietação não é apenas com a desigualdade de oportunidades entre os gêneros, e sim com a desigualdade arbitrariamente imposta diante de qualquer diferença: raças diferentes, distintas classes sociais, orientações sexuais, diferenças nos corpos (as chamadas deficiências ou as doenças), ou qualquer desigualdade de oportunidades que tentam se justificar, mas que apenas reproduzem um discurso de dominação de “um-referência” sob o “outro-diferente”.
Esses outros temas invariavelmente vão aparecer nas discussões aqui feitas, pois estão no cotidiano de todos nós, e eu, por inúmeros motivos, fui me tornando sensível a essas desigualdades de oportunidades perversas que mantém uma lógica muito confortável para quem é a referência: homens, brancos, social e financeiramente privilegiados, heterossexuais, com corpos “perfeitos” (tanto estética quanto estruturalmente) e saúde preservada. Não quero culpar ninguém, não falo por nenhum movimento específico. Quero APENAS debater vários assuntos. Pensar sobre questões que não nos ensinaram a pensar. Questionar “regras sociais” e consensos que são aceitos e reproduzidos sem sequer termos consciência disso. Somos seres pensantes, e devemos pensar nos nossos atos. Uma amiga diz não acreditar na justiça. Eu acredito. Eu acredito ser possível que tenhamos oportunidades iguais para as pessoas. Fácil, eu sei que não é. Mas é possível. Essa é uma utopia que sigo e espero não ser a única...

4 comentários:

  1. Início brilhante, como tudo q vc faz, não só uma fã, sou uma amiga q te admira muito..
    te amo..
    obs: Quero ver as séries tbm..!!rs... beijos
    obs2: não sei de onde apareceu tanto balangodand
    o no meu nome.. mas eh a Lu, sua filha q te ama...

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  2. Po, podia falar no seu perfil que vc é minha namorada ne... senao vai chover marmanjo joão-livro (adaptação de maria gasolina,chuteira e etc)

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  3. Chrisinha, amei... mal começei a ler, mas ao escutar, sim, pq relamente te escutei falando em cada palavra lida, entonação e empolgação, fui sendo contagiada... quero deixar meu apoio e dizer de minha admiração por vc, pessoa! Beijão, Cris

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  4. Chris,

    Você sabe que eu fiquei preocupada quando você me disse que tinha se descoberto "feminista". Temi que as pessoas tivessem a mesma reação preconceituosa que eu tive: a de entender o feminismo como um movimento semelhante ao machismo, somente de gênero diferente. Temi por você, mas...

    Agora, depois de ler o que você anda escrevendo e de ter tido uma longa conversa com você sobre esse assunto, vejo que nada de baixo ou de preconceituoso poderá te atingir. Você é uma mulher forte, é um orgulho para todos que têm você em suas vidas.

    Espero que nós todas tenhamos sucesso na nossa luta pela igualdade entre os gêneros e nossa construçao de uma sociedade que seja livre de todos os tipos de reaçõs preconceituosas. Espero que você consiga expressar toda a angústia que sente nesse novo ambiente: a internet. Mas se você não conseguir, liga pra mim. É um prazer ouvir tudo que você tem pra falar!

    Amo você!


    Beijos,

    Patrícia

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